Browsing by Author "Oliveira, Elisabete"
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- Estudo hidrogeoquímico do Sistema Aquífero Moura-FicalhoPublication . Costa, Augusto; Francés, Alain Pascal; Fernandes, Judite; Lourenço, Maria Carla; Midões, Carla; Oliveira, Elisabete; Ribeiro, Luís F.O sistema aquífero Moura-Ficalho é responsável por parte do abastecimento de água aos concelhos de Moura e Serpa, pela indústria de engarrafamento da água mineral natural Pisões-Moura e pelas termas de Santa Comba e Três Bicas, além de satisfazer as necessidades agro-pecuárias. Possui, desde 1997, uma rede de monitorização da qualidade formada por 13 pontos, equipada no âmbito do Projecto ERHSA, que tem permitido efectuar a análise de evolução temporal dos iões maioritários. No âmbito do Projecto HIDROPARK foi efectuada, em Setembro de 2004, uma campanha para análise físico-química de iões maiores em 73 pontos de água (furos, poços e nascentes), dos quais 68 pontos foram sujeitos à pesquisa de metais pesados e elementos vestigiários. Foi também efectuada a pesquisa de hidrocarbonetos em 11 pontos de água. Os dados obtidos permitiram um estudo hidrogeoquímico de pormenor do aquífero principal, que evidencia as relações e particularidades existentes entre águas com diferentes utilizações, as correlações entre determinados parâmetros físico-químicos, e ainda as relações de determinados grupos de parâmetros com a litologia. Para esse efeito foram utilizados métodos de Análise Univariada, Bivariada e Multivariada de Dados. Os primeiros resultados da caracterização hidrogeoquímica no aquífero principal mostram uma predominância da fácies bicarbonatada cálcica, com águas duras. Mostram também níveis elevados de cloretos. É de notar uma influência antropogénica devido às actividades agrícolas, caracterizada por valores altos de nitrato. Relativamente aos elementos vestigiários, encontram-se com mediana elevada os elementos Br, Fe, Sr, Ba, I, Zn, Sc, Al, Se e Li.
- O Parque Natural Hidrogeológico de Moura : contributos para a sua definiçãoPublication . Ribeiro, Luís F.; Dill, Amélia Carvalho; Nunes, Luís Miguel; Pina, Pedro; Barata, Teresa; Grueau, Cédric; Oliveira, Elisabete; Vieira, João; Costa, Augusto; Fernandes, Judite; Paralta, Eduardo; Midões, Carla; Lourenço, Maria Carla; Francés, Alain PascalO aquífero carbonatado cársico de Moura-Ficalho é uma das mais importantes reservas de água na região do Alentejo. A área caracteriza-se por condições climatéricas, geográficas, geológicas, e um potencial hídrico que a tornam ideal para o estudo de metodologias aplicadas à gestão de sistemas cársicos em regiões secas, mas com importante procura de água. Por sua vez os aquíferos cársicos são sistemas complexos e extremamente vulneráveis à contaminação e a alterações originadas pelas acções do homem nos ecossistemas locais, sendo por este motivo crucial a análise entre outros das fontes de contaminação, das áreas preferenciais de recarga e das direcções locais e regionais de fluxo. Estas razões justificaram a criação da figura de Parque Natural Hidrogeológico, o qual à semelhança de outros parques para outros recursos naturais, permitirá a protecção de um recurso natural sensível. Nesse contexto reveste-se de grande importância o estudo dos fenómenos e a evolução natural, sem restrições à priori quanto ao uso do solo. Tudo se passa como se o Parque Natural Hidrogeológico funcionasse como um Laboratório natural, à escala real, onde as interacções entre as componentes do ciclo hidrológico, as actividades humanas e os ecossistemas são estudados como um todo. Esta abordagem requer a análise do ciclo hidrológico em corte vertical entre a baixa atmosfera e a base dos aquíferos. É portanto uma abordagem mais rica que as abordagens clássicas nas quais o ciclo hidrológico é interrompido no topo dos aquíferos. De forma a preservar a perspectiva global do ciclo é necessário conhecer os fenómenos nas zonas de transição: atmosfera - água (fundamentalmente entre a zona vadosa e a zona saturada); água superficial - água subterrânea. Nestas zonas de transição as alterações das condições físicoquímicas são acompanhadas por alterações bióticas importantes. Dadas as relações entre a componente biótica e abiótica, uma não deve ser estudada sem o conhecimento da outra. Os ecossistemas nas zonas de transição são designados de ecotopos. Uma vez que os ecotopos são ecossistemas contínuos, isto é, não há variações abruptas no número e diversidade de indivíduos, então também as variações físico-químicas devem ser contínuas. O estudo dos ecotopos ajuda a perceber as transições contínuas nas zonas de interface, sem que haja a necessidade de impor fronteiras discretas - é portanto uma abordagem mais perfeita para o carácter contínuo dos processos naturais. As metodologias usadas para o estudo do Parque permitirão desenvolver ferramentas integradas de gestão, tecnicamente mais evoluídas uma vez que consideram o ciclo hidrológico como contínuo. Estas ferramentas poderão então ser utilizadas como auxiliares de decisão. O cruzamento de informação entre os regimes de protecção especial já implementados ou a implementar e as novas áreas de protecção dos recursos hídricos será facilitada pela presença de variáveis repetidas em ambos. Deve referir-se que a metodologia proposta utiliza a caracterização dos ecossistemas como um meio e não como um fim. A caracterização hidrológica do sistema terá um carácter multidisciplinar pelo uso integrado de diversas técnicas e métodos: geofísica, detecção remota, análise de imagem, geoestatística, morfologia matemática, análise multivariada de dados, modelação matemática.