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  • Primeiros dados litoestratigráficos e paleontológicos do Carbonífero de Águeda (Aveiro, Portugal)
    Publication . Pereira, Sofia; Correia, Pedro
    RESUMO: O Paleozoico da região de Águeda, pertencente à Zona Centro-Ibérica, está localizado na zona de cisalhamento Porto-Tomar-Ferreira do Alentejo e permanece amplamente desconhecido. Neste trabalho são documentados os primeiros dados litoestratigráficos e paleontológicos do Carbonífero da região, o qual representa o limite setentrional da Bacia Carbonífera do Buçaco. A secção estudada, localizada em Souralvo (Bolfiar), corresponde à Formação Vale da Mó, estando representada por duas sequências granodecrescentes de argilitos siltíticos vermelhos, massivos, que passam gradualmente a pelitos laminados cinzentos no topo, às quais se sobrepõem arenitos finos com intercalações silto-argilosas. A associação de fácies indica um ambiente essencialmente lacustre. A associação fossilífera é quase exclusivamente composta por fósseis de vegetais, incluindo representantes de Cordaitopsida (folhas de Cordaites e sementes do tipo Cardiocarpus e Carpolithes), Trigonocarpales (Neuropteris zeilleri e Callipteridium gigas), Marattiales (Pecopteris cyathea e P. cf. arborescens) e Equisetales (Annularia spinulosa e A. sphenophylloides). Embora raros, foram também recolhidos fósseis de bivalves límnicos (Anthraconaia sp.) e identificadas marcas de oviposição endofítica de insetos em folhas de Cordaites, o primeiro registo deste tipo de icnofósseis no Carbonífero de Portugal. A associação está composta inteiramente por espécies conhecidas nos restantes setores da Bacia Carbonífera do Buçaco, indicando uma idade Estefaniano C tardio (ca. Ghzeliano, Pensilvaniano Superior). A raridade e baixa diversidade de pteridopsídeos, bem como a abundância de representantes de flora mesófila (Cordaites e Neuropteris), sugerem adaptação a condições secas, uma tendência reconhecida no final do Estefaniano C.